Parece consenso entre meus amigos que "A rede social" não é um filme "nada de demais". Provavelmente, pode ser que isto seja verdade, mas, dentro da minha teoria interpretativa do mundo, gostar ou não de um filme envolve muito mais do que o filme, envolve empatia entre audiência e o próprio filme.
A minha relação com o filme começou com a crítica especializada americana, que tratou do filme como o melhor do ano. Todos falavam de um roteiro bem amarradinho, de uma edição interessante, etc.. O filme me tocou, no entanto, pelo contato que tive com o material de marketing. O cartaz, por exemplo, tem um formato mais diferenciado dos outros, colocando em um plano bastante secundário o título do filme:
Tudo bem que isto não significa tanta coisa, afinal, é apenas um cartaz e aquela máxima de "não julgue o livro pela capa" tem uma determinada importância. Só que colocar um cartaz que não possui os créditos do cast&crew, ou mesmo deixar de lado os nomes de destaque do elenco (que não tem, exceto pelo Justin Timberlake), torna o filme pretensamente "distinto".
Fui, então, assistir ao trailer do filme. Este, sim, me arrebatou imensamente. Mulheres cantando, em coral, uma melodia (Creep, do Radiohead) em que um cara busca aceitação "I want a perfect body/ I want a perfect soul/ I want to know me/ when I'm not around/You're so fucking special/ I wish I was special" enquanto as cenas do filme vão passando, e surge a história de intrigas entre antigos amigos - o facebook como espaço de união e posterior discórdia e uma explosão de imagens em que o sucesso surge "this is our time".
Mesma reação tive quando assisti ao trailer de "Closer - Perto Demais": juntaram-se as músicas do Damien Rice (que era um desconhecido para boa parte dos seus atuais fãs brasileiros) e da Suzanne Vega, com frases de efeito "Intimacy is a lie... we think we know". Assisti muitas vezes (e adorei o filme também). Há, se você vê os dois trailers, similaridades, como o fundo musical e uma introdução com cenas sem diálogos.
Eu assisti ao filme, sendo uma pilha de expectativas e algumas pessoas afirmando que ele não prestava. E, meio que com a finalidade de dignificar minhas expectativas, eu disse que somente assistindo ao filme para dizê-lo se ele é bom ou ruim. Não bastava desgostar sem assistir, nem criticá-lo por antecipação. Seria melhor dizer "eu não vi, e não quero ver" do que afirmar que era "histeria coletiva". Por antecipação, eu aprendi a gostar de um fime que não tinha assistido para contrapor a este modelo de comportamento com o cinema, que eu às vezes reproduzo...
No mais, o filme me apresentou uma boa reflexão sobre relações de amizade. Me identifiquei com Eduardo Saverin, que é apresentado como uma pessoa deixada de lado pelo amigo Mark Zuckerberg. Saverin se sente o amigo traído, porque não é mais tão atrativo e não quer por a culpa no seu amigo, mas sim na pessoa que Zuckerberg dá atenção, o Parker. Saverin desce na hierarquia dos amiguinhos de Zuckerberg e fica muito mal com isto.
Esta agressão moral é o melhor que se tem para extrair do filme do Facebook. Nem me importou muito a questão financeira, ou mesmo a formação do maior site de relacionamentos na atualidade. E hoje eu lembro como isto me ocorreu, quando eu me senti não mais "bem-querido".
A minha relação com o filme começou com a crítica especializada americana, que tratou do filme como o melhor do ano. Todos falavam de um roteiro bem amarradinho, de uma edição interessante, etc.. O filme me tocou, no entanto, pelo contato que tive com o material de marketing. O cartaz, por exemplo, tem um formato mais diferenciado dos outros, colocando em um plano bastante secundário o título do filme:
Tudo bem que isto não significa tanta coisa, afinal, é apenas um cartaz e aquela máxima de "não julgue o livro pela capa" tem uma determinada importância. Só que colocar um cartaz que não possui os créditos do cast&crew, ou mesmo deixar de lado os nomes de destaque do elenco (que não tem, exceto pelo Justin Timberlake), torna o filme pretensamente "distinto".Fui, então, assistir ao trailer do filme. Este, sim, me arrebatou imensamente. Mulheres cantando, em coral, uma melodia (Creep, do Radiohead) em que um cara busca aceitação "I want a perfect body/ I want a perfect soul/ I want to know me/ when I'm not around/You're so fucking special/ I wish I was special" enquanto as cenas do filme vão passando, e surge a história de intrigas entre antigos amigos - o facebook como espaço de união e posterior discórdia e uma explosão de imagens em que o sucesso surge "this is our time".
Mesma reação tive quando assisti ao trailer de "Closer - Perto Demais": juntaram-se as músicas do Damien Rice (que era um desconhecido para boa parte dos seus atuais fãs brasileiros) e da Suzanne Vega, com frases de efeito "Intimacy is a lie... we think we know". Assisti muitas vezes (e adorei o filme também). Há, se você vê os dois trailers, similaridades, como o fundo musical e uma introdução com cenas sem diálogos.
Eu assisti ao filme, sendo uma pilha de expectativas e algumas pessoas afirmando que ele não prestava. E, meio que com a finalidade de dignificar minhas expectativas, eu disse que somente assistindo ao filme para dizê-lo se ele é bom ou ruim. Não bastava desgostar sem assistir, nem criticá-lo por antecipação. Seria melhor dizer "eu não vi, e não quero ver" do que afirmar que era "histeria coletiva". Por antecipação, eu aprendi a gostar de um fime que não tinha assistido para contrapor a este modelo de comportamento com o cinema, que eu às vezes reproduzo...
No mais, o filme me apresentou uma boa reflexão sobre relações de amizade. Me identifiquei com Eduardo Saverin, que é apresentado como uma pessoa deixada de lado pelo amigo Mark Zuckerberg. Saverin se sente o amigo traído, porque não é mais tão atrativo e não quer por a culpa no seu amigo, mas sim na pessoa que Zuckerberg dá atenção, o Parker. Saverin desce na hierarquia dos amiguinhos de Zuckerberg e fica muito mal com isto.
Esta agressão moral é o melhor que se tem para extrair do filme do Facebook. Nem me importou muito a questão financeira, ou mesmo a formação do maior site de relacionamentos na atualidade. E hoje eu lembro como isto me ocorreu, quando eu me senti não mais "bem-querido".
Senti várias diretas!!!
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